Mistura literária!

Sereno

Vem meu sereno
Amanhece meu ser que se encontra perdido por entre as inertes feições sonâmbulas
Serenidade, me fertiliza e fortalece as idéias

Tira-me dos olhos as nuvens noturnas

Mesmo que noturno me pareças
Posso ver em tua face as estrelas de paz surgindo
Arranca-me com frieza a treva que corrói
Vem sereno que não é minha posse e mesmo assim meu sereno é

Permita que passeiem nesse eu as mais recônditas e fascinantes substâncias vitais
As que por ti querem ser mais
Subjugue minha inquietação
Agite o metabolismo de meus sonhos

Torna-me calma e coragem
E que eu ao menos tenha o álibi,
O poder versar essa complexidade que é a existência
Sereno infinito, liberta-me da ceguidão

Tire-me do solo, do sono, da vegetabilidade
Minha blossom necessita teu beijo
Movimente minha aceitação
Titile meu despertar

E se eu vegetal parecer cultive a energia
Regando crença com água azul esverdeada de serenidade
Suga-me os porquês com leveza de sábio
E meu pôr-dos-pensamentos adormecerá sonhando em teu nome

Em meu nascer-das-idéias brotam serenos sonhos
Serenamente amanheço...
Vem sereno... amanhece comigo
Vem que em teu nome eu respondo por mim

(Giselle Aguiar)